Movimento que pede restaurante popular serve almoço gratuito no São Geraldo
O movimento que reivindica do poder público a criação de um restaurante popular em Pouso Alegre (MG) fez mais um ato de mobilização pela causa neste domingo, 23. Em parceria com o Mosteiro Popular, o grupo serviu almoço gratuito para 400 pessoas no São Geraldo.
“Nosso almoço alcançou o objetivo que era levar alimentação digna e nutritiva para a população do São Geraldo e ampliar o alcance do movimento para a população de pouso alegre, que participou ativamente na doação dos alimentos que foram utilizados para preparação dos alimentos”, conta uma das organizadoras do movimento, Lívia Macedo.
Apesar das mobilizações que o movimento vem fazendo nas últimas semanas, a Prefeitura de Pouso Alegre ainda não deu qualquer mostra de que pretenda adotar a política.
Mesmo lutando contra a indiferença do município, o movimento afirma que continuará mobilizado. “Seguiremos com as nossas reuniões semanais, traçando planos para avançarmos na mobilização por esta causa tão importante para nossa população”, garante a ativista Lívia Macedo.
O movimento
O movimento ‘Restaurante Popular Já’ começou há pouco mais de um mês em Pouso Alegre e reúne ao menos 13 organizações da sociedade civil, entre coletivos, associações e adesões independentes.
Pouso Alegre é uma das poucas cidades-polo do Sul de Minas que não contam com o equipamento público, que já é uma política reconhecida pelo governo federal e integra a estrutura operacional do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN).
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, “os Restaurantes Populares têm por objetivo ampliar a oferta de refeições nutricionalmente adequadas, a preços acessíveis, à população de baixa renda, vulnerabilizados socialmente e em situação de insegurança alimentar e nutricional; e também promover a alimentação adequada e saudável e a valorização dos hábitos alimentares regionais”.
Eles são direcionados a municípios com mais de 100 mil habitantes. Não por acaso, cidades do porte de Pouso Alegre, como Poços de Caldas, Varginha e Itajubá, já contam com o equipamento público há alguns anos.
O acesso a esses restaurantes é universal, mas eles devem dar prioridade a grupos socialmente vulneráveis. Em geral, eles atendem população trabalhadora de baixa renda que não tem condições de pagar por refeições balanceadas e nutritivas em restaurantes tradicionais.
No final das contas, os pratos ofertados nos restaurantes populares são ofertados a preços acessíveis, mas variáveis. Em Poços de Caldas, por exemplo, o equipamento público, que foi inaugurado em 2015, oferece pratos por R$ 2 para a população cadastrada no CRAS e que tenha renda familiar de até 2 salários mínimos mensais. Para o restante da população, o valor é de R$ 5,50.
O cardápio é variado. O menu pode trazer em um dia: carne moída com batata, legumes sautée, arroz, feijão, acelga, beterraba ralada e banana de sobremesa. No outro, uma feijoada acompanhada de farofa com couve, arroz, alface e tomate e, de sobremesa, laranja.
Esses eram os cardápios dos dois primeiros dias de junho na cidade do Sul de Minas. Por lá, são oferecidos até 1 mil refeições por dia.
Fonte: Rede Moinho