Professores em Minas ainda não têm data definida para vacinação

Governo do Estado estima para junho início da imunização, mas ainda há três grupos na frente. Santa Luzia e Divinópolis já iniciaram imunização da categoria

Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, e Divinópolis, na região Central de Minas, já começam a vacinar seus trabalhadores da educação. Apesar das iniciativas desses municípios, a vacinação da categoria em Minas não tem previsão de começar. O governo do Estado diz que segue as orientações do Ministério da Saúde. Por aqui, a promessa é imunizar os profissionais da educação em junho – depois das pessoas com comorbidades, com deficiência e em situação de rua, além da população privada de liberdade e dos trabalhadores dessas instituições. 

“Autonomia para alterar têm, falta é vontade política. Se eles entendessem que a educação fosse de fato essencial, como eles dizem, eles valorizariam a vacinação desses profissionais”, pontua a presidente do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro), Valéria Morato. “Eles dizem que vão vacinar, mas não há nenhuma certeza, não há comprometimento em alterar o plano”, completa Valéria.

“A ordem é ruim, estamos seguindo pela formação. No caso da saúde, por exemplo, estamos vacinando professores de educação física, psicólogos, profissionais formados em biologia, que na maioria dos casos não estão na linha de frente. Com isso, estamos caminhando há um ano e meio sem aulas, com famílias carentes sendo excluídas por não terem condição de corresponder com o ensino remoto. O filtro que está sendo usado está errado”, avalia o diretor-executivo do Instituto Questão de Ciência, Paulo Almeida. 

Em Minas, a estimativa é que haja 185 mil servidores em atividades nas escolas na rede estadual. Em Belo Horizonte, são cerca de 53 mil professores, das redes pública e privada. 

Belo Horizonte
Segundo a PBH, já foi solicitado às instituições de educação um levantamento sobre o quantitativo de profissionais atuantes na cidade. “O objetivo deste cadastro é agilizar o processo de imunização quando o grupo for contemplado. É importante esclarecer que os grupos, assim como alguma fragmentação dentro deles, podem ser alterados dependendo do quantitativo de doses disponibilizadas à capital e das recomendações do Ministério da Saúde”, disse em nota.

Em Santa Luzia, a imunização da categoria começou na sexta-feira (21) para profissionais de 22 escolas e seis Unidades Municipais de Educação Infantil (Umeis). A cidade vacina somente os profissionais da rede municipal, mas deve elaborar, nos próximos dias, um calendário para incluir trabalhadores da rede conveniada e de escolas particulares, segundo a prefeitura.

Em Divinópolis, a vacinação da categoria começa hoje em esquema de drive-thru. Em princípio, poderão se cadastrar os professores da educação infantil e aqueles que atendem até o 5º ano do ensino fundamental. O cadastro foi aberto às 8h de sábado (22), no site do governo municipal. 

No Brasil, cinco Estados já imunizam categoria

No país, ao menos cinco Estados (AM, SP, ES, PR e SC) e diversas cidades já iniciaram ou anunciaram a previsão de vacinar professores e profissionais da educação contra a Covid-19 nos próximos dias.  Em São Paulo, a vacinação dos professores começou no mês passado e visa  imunizar 350 mil trabalhadores da educação acima de 47 anos. No Espírito Santo, 40% dos educadores já receberam pelo menos uma dose da vacina. Para isso, o governo do Estado usa 5% da reserva técnica que o Ministério da Saúde envia toda semana. 

No Paraná, a vacinação dos profissionais também começou na última semana em algumas cidades. O cálculo inicial  é vacinar 32.760 trabalhadores nesta primeira etapa. No Distrito Federal, a proposta é imunizar, a partir dos próximos dias, 10 mil profissionais que atuam em creches.

Fonte:O Tempo