Justiça condena acusados de matar mulher que fingia ser membro de facção em rede social em MG

Júri teve início na manhã desta terça-feira (17), mas terminou na madrugada desta quarta-feira (18). Juntas, as penas das cinco pessoas somam 110 anos de prisão.

A Justiça condenou cinco dos seis acusados pela morte da balconista Deisiele de Cássia Roque. O júri popular começou na manhã desta terça-feira (17) e terminou na madrugada desta quarta-feira (18) no Cenacon, em Poços de Caldas (MG). Juntas, as penas das cinco pessoas somam 110 anos de prisão.

Os suspeitos foram acusados por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e organização criminosa. Segundo a denúncia, as qualificadoras são motivo fútil, meio cruel e recurso que dificulta a defesa da vítima.

O júri durou mais de 16 horas. A sentença foi lida por volta de 3h10 desta madrugada. Sete jurados foram sorteados para compor o júri, que teve a presença de quatro mulheres e três homens.

Mislaine Silva de Lima, a amiga da vítima, foi condenada a 20 anos e seis meses de reclusão. Sara Cristina Rodrigues recebeu pena de 24 anos de reclusão. Fernando Willer Freitas foi condenado a 25 anos de reclusão. A pena de Richard Otávio Rodrigues da Silva foi de 24 anos de reclusão e Rafael Amado Cocho foi condenado a 16 anos e seis meses de reclusão.

“A gente entendeu como positiva, a condenação foi na forma como o Ministério Público pediu. Apenas em dois quesitos o Ministério Público não obteve sucesso na acusação. E nós estamos analisando a situação, se será caso de recurso. Em um modo geral, a sentença acatou o pedido da acusação e condenou os acusados em todos os crimes que foram imputados”, disse a promotora Luz Maria Romanelli de Castro.

Nesta terça-feira (17), foram julgados cinco dos seis acusados. A sexta pessoa, uma mulher, teve o julgamento desmembrado e será julgada em outra oportunidade.

“A gente não entende como vingança, a gente realmente entende que ela arquitetou esse plano para cobrar da vítima esse fato de ela ter sido engana. Para isso ela arquitetou o plano, ela se batizou em uma facção criminosa para pedir o auxilio para essa organização criminosa para fazer um julgamento, e esse julgamento a vítima foi sequestrada, o julgamento ocorreu durante três dias. Pessoas do Brasil todo deliberando, até que a vítima teve sua sentença de morte decretada. Ai ela foi conduzida a um matagal e foi brutalmente assassinada”, disse a promotora sobre o crime.

O crime

Em agosto de 2019, a Polícia Civil encontrou o corpo de Deisiele de Cássia Roque na zona rural de Poços de Caldas, em um local conhecido como Serra do Selado, de difícil acesso. Ela estava desaparecida desde junho daquele mesmo ano.

Segundo a Polícia Civil, a mulher teria usado um perfil falso na rede social para enganar uma das suspeitas do crime. As duas eram amigas. Segundo o delegado que investiga o caso, Cleyson Brene, na rede social, Deisiele usava o nome falso de Luciano Leandro. Ela fingia ser um homem preso, que fazia parte de uma facção criminosa.

Nas conversas com a suspeita do crime, elas começaram um namoro virtual. “Esse suposto namorado, Leandro, que seria membro da facção criminosa, pedia dinheiro à Mislaine (suspeita) e esse dinheiro era pra ser entregue via a amiga Deisiele, que faleceu”, detalhou o delegado.

Durante uma viagem, a suspeita desconfiou da amiga. A mulher então entrou para uma facção criminosa e pediu a morte de Deisiele diretamente ao comando.

Na denúncia, o Ministério Público revela que a vítima participou do seu julgamento diante do tribunal do crime e que no dia 21 de junho de 2019, ela foi levada até o local onde foi morta. A vítima foi obrigada a cavar a própria cova e depois foi esfaqueada e enterrada.

Ainda segundo o delegado, Mislaine e uma outra mulher, que também teria participado do crime, foram presas em Passos (MG) e levadas para o presídio de Poços de Caldas. Os outros envolvidos também foram presos durante as investigações.

Fonte: G1 Sul de Minas