Caso Pavesi: julgamento de médico acusado por morte e retirada ilegal de órgãos será retomado nesta terça-feira
Júri começou nesta segunda-feira (18). Seis testemunhas e o réu foram ouvidos.
O julgamento de Álvaro Ianhez, um dos médicos acusados pela morte e retirada ilegal de órgãos do menino Paulo Veronesi Pavesi, em abril de 2000, em Poços de Caldas, no Sul de Minas, será retomado na manhã desta terça-feira (19).
O início da sessão, no Tribunal do Júri, em Belo Horizonte, está previsto para as 8h30.
O júri começou nesta segunda-feira (18) com o depoimento da única testemunha de acusação, o pai do menino, Paulo Airton Pavesi. Depois, cinco testemunhas de defesa foram ouvidas.
Por fim, foi a vez da oitiva do réu. A sessão foi suspensa por volta das 20h.
Todas as testemunhas e o réu foram ouvidos virtualmente. Álvaro Ianhez estava em São Paulo, em endereço particular. Havia testemunhas de defesa em Poços de Caldas, Campinas (SP), Porto Alegre (RS) e Cruzília, no Sul de Minas. Já o pai de Pavesi estava em Milão, na Itália.
Nesta terça-feira, o julgamento terá alegações da acusação e da defesa antes da decisão dos jurados. Quatro mulheres e três homens compõem o conselho de sentença.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Álvaro e outros acusados agiram com intenção de forjar e documentar a morte de Paulo Pavesi para a retirada ilegal de órgãos.
“Ele é o médico responsável pela retirada dos órgãos. Ele era o médico que era o diretor da Santa Casa onde se fazia o transplante de órgãos. Ele é o dono da clínica onde era feito o transplante ilegal de rim”, disse o advogado da família, Dino Miraglia.
“Ele estava presente desde a hora que em que ele (Pavesi) foi transferido de um hospital para outro sem a menor necessidade e quando anestesiaram o menino pra fazer retirada de órgão. Se o menino estava com morte cerebral, para que anestesiou? Anestesiou porque não tinha morte cerebral. Se não tinha morte cerebral, não podia ter transplante”, completou o advogado.
O julgamento de Álvaro deveria ter ocorrido em outubro do ano passado, mas foi adiado após o médico dispensar os oito advogados que trabalhavam em sua defesa.
O processo dele foi desmembrado dos outros médicos acusados devido a um agravo que deveria ser julgado. Em janeiro de 2021, outros dois médicos, José Luiz Gomes da Silva e José Luiz Bonfitto, foram condenados a 25 anos de prisão. Já Marcos Alexandre Pacheco da Fonseca foi absolvido pelo júri.
Fonte: G1 Sul de Minas