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Chalé em que casal foi encontrado morto em Monte Verde é interditado pela prefeitura

Administração municipal comunicou a interdição do local nesta quarta-feira (28). Investigações sobre o caso prosseguem.

O chalé em que um casal do interior de São Paulo foi encontrado morto no distrito de Monte Verde foi interditado, nesta quarta-feira (28), pela Prefeitura de Camanducaia (MG). De acordo com a administração municipal, a ação visa “assegurar a integridade de todos e a investigação pelo órgão competente”.

O local em que Walther Reis Cleto Junior e Alessandra Aparecida Campos Reis Cleto morreram fica nos fundos do quintal de uma residência e não possui CNPJ e nem cadastro junto aos órgãos oficiais. O estabelecimento também não está cadastrado na lista de acomodações oficiais da Move (Agência de Desenvolvimento de Monte Verde).

“Neste momento, reforçamos as ações para a manutenção da segurança aos frequentadores do distrito de Monte Verde, e aguardamos o resultado da investigação, visando contribuir ainda mais para que acidentes ou incidentes não ocorram em nosso distrito”, escreveu a prefeitura no comunicado divulgado nas redes sociais (veja a nota completa mais abaixo).

Antes da interdição, a hospedagem no chalé era oferecida pelo proprietário em plataformas online e as diárias nesta época chegam a R$ 500. O local já foi usado por mais de 100 casais, de acordo com a Polícia Civil. A assessoria da Move informou que o chalé “Aroma de Jasmim” é usado como casa de aluguel e não um meio de hospedagem.

A Move conta atualmente com 33 estabelecimentos associados do ramo hoteleiro. Já a Prefeitura de Camanducaia informou que o distrito de Monte Verde possui mais de 7 mil leitos de hospedagem, sendo que cerca de 95% deles têm lareira e sistema de aquecimento, sendo que nunca houve nenhum caso como o do fim de semana.

Nota da prefeitura:

“A Prefeitura de Camanducaia informa que o local onde lamentavelmente ocorreu a fatalidade com o casal de São José dos Campos, no distrito de Monte Verde, encontra-se interditado. Esta ação visa assegurar a integridade de todos e a investigação pelo órgão competente.

Todos os recursos e esforços para garantir que as normas e regulamentos sejam estritamente cumpridos no distrito estão sendo empregados e revisados pelas autoridades responsáveis. Desde a última segunda-feira, implementamos novas medidas de fiscalização na localidade.

Ressaltamos nosso compromisso com a transparência e em proporcionar segurança e proteção a todos os frequentadores do distrito e de nossa cidade”.

Chalé em que casal foi encontrado morto em Monte Verde é interditado pela prefeitura  — Foto: Divulgação/Prefeitura de Camanducaia

Chalé em que casal foi encontrado morto em Monte Verde é interditado pela prefeitura — Foto: Divulgação/Prefeitura de Camanducaia

Fiscalização questionada

A falta de fiscalização em casas de aluguel, como o caso do chalé, foi questionada por um advogado especialista em direito do consumidor.

“Se não existe um alvará de funcionamento, para qualquer tipo de atividade que seja desenvolvida, o município tem o poder fiscalizador, ele tem o seu poder de polícia. O argumento que, de repente pode ser utilizado, de uma conceituação de um imóvel ou trocar a conceituação, no meu entendimento, deve ser revisto, reanalisado”, disse o advogado Fábio de Paula à EPTV, afiliada TV Globo.

“Quando se trata de uma situação que envolve a utilização pública no local onde se exerce atividade turística, o município já conhece os locais, tem conhecimento seja por terceiros, seja por notícia, seja por publicidade. Então, o município tem sim poder de fiscalizar. Isso vale para qualquer localidade, qualquer município”, completou o especialista.

A Polícia Civil informou que aguarda a conclusão do laudo para atestar as causas das mortes. O g1 procurou o proprietário, mas ele não quis se pronunciar sobre o ocorrido.

Aquecedor de banheira estava ligado

A bomba de água do aquecedor da banheira do chalé onde um casal do interior de São Paulo foi encontrado morto neste fim de semana estava ligada quando o proprietário entrou no local. A informação consta em uma nota enviada pela Polícia Militar. A água do quarto era aquecida a gás.

A informação teria sido passada para a PM pelo dono do chalé. Ele contou que percebeu o barulho da bomba de água do aquecedor da banheira ligado por mais tempo do que o comum.

Por isso, foi ao chalé de onde vinha o barulho e bateu na porta por diversas vezes, sem ser atendido. Em seguida ligou para os números de celulares informados pelo casal hospedado e não foi atendido.

Ainda de acordo com a nota da PM, o dono do estabelecimento pegou uma chave reserva e abriu o chalé, visualizando o casal caído no chão. Já a Polícia Civil informou que a mulher foi encontrada no chão e homem deitado na cama. A banheira estava cheia.

Os corpos de Walther Reis Cleto Junior e Alessandra Aparecida Campos Reis Cleto não apresentavam sinais de violência. A família suspeita de intoxicação por monóxido de carbono.

Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, a água utilizada no banheiro, hidromassagem e chuveiro do chalé é aquecida a gás.

A Polícia Civil também informou que a lareira foi acesa pelo casal, mas estava apagada quando o dono do chalé entrou no local. Ainda de acordo com a Civil, o aquecimento do ambiente é feito apenas com a lareira.

O quarto em que o casal ficou hospedado já foi usado por mais de 100 casais, de acordo com a polícia. Inclusive, o próprio dono teria ficado hospedado naquele chalé na quarta-feira (21) com a família.

Investigação

A Polícia Civil ouviu o depoimento do dono do chalé nesta segunda-feira (26). O teor do depoimento não foi divulgado, porém, a polícia informou que será feito exame toxicológico.

O material foi encaminhado nesta segunda-feira para Belo Horizonte e o prazo é 10 dias.

A Polícia Civil também informou que apura as circunstâncias que envolveram o fato e aguarda a conclusão dos laudos periciais que vão atestar as circunstâncias e causa das mortes.

Walther Reis Cleto Junior, de 51 anos, e Alessandra Aparecida Campos Reis Cleto, de 49, chegaram ao Chalé Aroma de Jasmim, em Monte Verde, na tarde de sexta-feira (23) para passar o fim de semana. De acordo com o proprietário, a última vez que foram vistos com vida foi ainda na sexta, quando receberam um saco com lenha no quarto.

De acordo com o boletim de ocorrência, eles foram encontrados mortos pelo dono do chalé, no sábado pela manhã quando ele tentou entrar em contato, não conseguiu e entrou no quarto.

Segundo a Polícia Civil, o proprietário da pousada disse que o local não tinha alvará dos Bombeiros.

Fonte: G1 Sul de Minas

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