Polícia Civil investiga denúncia de assédio sexual na Câmara Municipal de Santa Rita do Sapucaí
Câmara já havia instaurado sindicância para apurar o caso e um boletim de ocorrência também tinha sido registrado.
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a denúncia de assédio sexual na Câmara Municipal de Santa Rita do Sapucaí. O assédio teria sido cometido contra uma estagiária de 20 anos, que trabalha há cerca de oito meses diretamente com o suspeito, que é secretário-geral da casa.
A Câmara já havia instaurado uma sindicância para apurar o caso e um boletim de ocorrência (BO) também tinha sido registrado.
A estagiária foi ouvida nesta terça-feira (8) pela Polícia Civil. Conforme o advogado Ygor Sampaio, que compõe a defesa da jovem, ela confirmou as informações relatadas na sindicância e também no boletim de ocorrência.
Com a abertura do inquérito, a polícia agora segue com as investigações e envolvidos e testemunhas devem ser ouvidos.
Na segunda-feira (7), a estagiária também foi ouvida na comissão de sindicância da Câmara, durante a primeira reunião marcada sobre o caso. Ela falou para três servidores durante cerca de uma hora.
A Câmara de Vereadores de Santa Rita do Sapucaí informou em nota que a comissão formada para apurar as denúncias vai ouvir todas as partes envolvidas, além de testemunhas. Informou ainda que o trabalho de sindicância é sigiloso e que outras informações só serão divulgadas após a conclusão dos trabalhos.
O advogado Ygor Sampaio pediu na semana passada afastamento do denunciado das funções na Câmara. A solicitação foi feita ao presidente da Câmara Reinaldo de Cássia Amaral e também à comissão de sindicância.
Um novo pedido de afastamento foi protocolado na tarde de segunda. Essa nova solicitação é direcionada à vereadora Fabiana Salgado e prede que seja lido na reunião de vereadores desta semana, que ocorre na sexta-feira (11).
A defesa também solicitou à Câmara que o Conselho da Mulher de Santa Rita do Sapucaí seja intimado a fiscalizar os trabalhos da comissão de sindicância.
De acordo com a Câmara Municipal, o servidor apresentou um atestado médico e ficará afastado de suas atividades nos próximos dias. A jovem está de licença por uma semana.
“Dado o afastamento médico dele, poderíamos pedir a suspensão dos trabalhos. Mas nós não vamos pedir a suspensão dos trabalhos. Para provar que nós não queremos isso como estratégia de atrasar o andamento e nem fugir de responsabilidades, não vamos pedir a suspensão dos trabalhos. Os trabalhos prosseguem normalmente, porque ele é o maior interessado que se apure rapidamente isso. Indicaremos o hall das testemunhas de defesa, a suposta vítima indicará testemunhas de acusação e a comissão também fará indicação. E serão marcadas novas reuniões para oitiva das testemunhas. Ao final, depois de apurarem todas as provas, ele será ouvido”, disse Valdomiro Vieira, que é advogado do denunciado.
A denúncia
De acordo com o BO, o suposto autor puxava a cadeira onde a vítima estava sentada sempre para bem próximo a ele e pegava no queixo e tocava as partes íntimas dela sem autorização da jovem. O homem ainda tirava fotos da mulher no local de trabalho sem permissão.
Segundo o advogado da vítima, Ygor Sampaio, que representa a vítima, ela contou que o assédio aconteceria desde o ano passado. Ainda segundo o defensor, esse foi o primeiro passo para uma ação na Justiça.
De acordo com a jovem, os fatos ocorreram em salas da Câmara de Vereadores. Desde que os supostos abusos começaram, a jovem enfrenta problemas psicológicos.
Ela decidiu fazer a denúncia quando soube que o servidor retornaria ao trabalho das férias neste mês e não queria continuar sofrendo as violências.
Fonte: G1 Sul de Minas