Combustível do futuro: Centro de Hidrogênio Verde é inaugurado na Universidade de Itajubá
Local deve impulsionar o estudo do hidrogênio verde como alternativa essencial para reduzir a poluição.
Rumo ao desenvolvimento de energias limpas no Brasil, o Centro de Hidrogênio Verde foi inaugurado nesta quinta-feira (28), em Itajubá (MG). Localizado na Universidade Federal de Itajubá (Unifei), o local deve impulsionar o estudo do hidrogênio verde como alternativa essencial para reduzir a poluição.
O hidrogênio verde é amplamente reconhecido como o combustível do futuro, e sua produção sustentável e uso eficiente têm sido temas de crescente importância na busca por soluções para a crise climática global.
Com investimento do governo alemão de quase R$ 25 milhões, o CH2V pretende agregar várias frentes de pesquisas que incluem a análise do uso de hidrogênio verde em processos industriais, na geração de energia elétrica e na busca por alternativas sustentáveis para a mobilidade urbana.
O CH2V, que será alimentado exclusivamente por energia renovável (painéis fotovoltaicos), vai abrigar laboratórios que serão utilizados por instituições e empresas interessadas em desenvolver pesquisas e aplicações consumindo o hidrogênio de baixa emissão de carbono.
Além disso, está prevista a inserção de disciplinas com foco no hidrogênio verde. O objetivo é promover a geração de conhecimento, troca de experiências, treinamento e qualificação profissional na área.
O que é hidrogênio verde?
O hidrogênio verde (H2V), produzido a partir de fontes renováveis, tem se destacado como peça-chave na descarbonização da indústria, sobretudo em setores difíceis de abatimento das emissões.
Segundo o professor da Unifei, Luiz Horta Nogueira, ele é um combustível novo, mas que existe há muito tempo.
“O fato novo é que nós agora estamos produzindo hidrogênio a partir da água. Ele, antes, era produzido a partir do gás natural, de combustíveis fósseis. Quando ele é produzido a partir da água, usando energia solar, usando outras formas limpas de energia, ele não polui. A queima do hidrogênio volta a fazer água. E isso permite a gente combater as mudanças climáticas, construir uma sociedade ambientalmente melhor e saudável”, explica.
Conforme o professor, poderá ser possível usá-lo no transporte, na indústria, na produção de fertilizantes limpos. “Os fertilizantes que nós usamos hoje muitas vezes são feitos de petróleo, derivados de petróleo. Nós vamos poder fazer de energia renovável”, comenta.
“É um futuro desejável”, completa o professor.
Próximos passos
Em uma segunda etapa, prevista para 2024, será inaugurada uma unidade de produção de hidrogênio verde e uma estação de abastecimento de veículos, composta por um eletrolisador tipo PEM de 300kW de potência, vasos de armazenamento, dispensador de abastecimento e uma célula a combustível.
Com isso, a universidade terá a capacidade de produzir 60Nm³/h de H2V e será um laboratório para pesquisa, desenvolvimento e demonstração da produção e uso do hidrogênio verde.O centro também estará capacitado para realizar o controle, medição, proteção e segurança da produção, além de analisar questões de logística e do uso final.
Também será possível elaborar pesquisas sobre as aplicações de maior potencial no âmbito da mobilidade, geração de energia e usos industriais para o abastecimento de veículos.
Fonte: G1 Sul de Minas