Artista uruguaio de mosaico contemporâneo faz exposição no Centro Cultural de Pouso Alegre

O artista uruguaio de mosaico contemporâneo Sergio Gaspar Gea Crespo expõe quadros e objetos de arte exclusivos de 26 de agosto a 13 de setembro no Centro Cultural Cleonice Bonillo Fernandes (Biblioteca Municipal – antigo Fórum), 2º piso, à Praça Senador José Bento, 2, centro, em Pouso Alegre.

Sergio Gea traz para a mostra trabalhos de tendência alegre e decorativa. No Brasil há 35 anos, é descendente de espanhóis, tendo Gaudí como referência e proximidade com o francês Picassiette. “Desenvolvi uma tendência que pretende trazer alegria, colorida e decorativa. Faço borboletas, cavalinho de mar, corujas, com a preocupação de serem objetos belos e alegres que provoquem uma experiência concreta, um objeto para ser tocado, um mosaico com muito brilho e cores. ”Sergio tem trabalhos na Amazônia (uma Yemanjá de dois metros de diâmetro) e em Florianópolis, na Lagoa da Conceição.

Da infância, recorda-se de olhar para a obra do artista Vitale, que escreveu em mosaico a história do Uruguai com as palavras do libertador Artigas, em locais como o Estádio de Futebol, o Mercado Público e Monumentos históricos. “No estádio de futebol onde eu jogava, via a taça e a bandeira do time em mosaico. “Sergio viajou por vários países, como Espanha, Itália, o sul da França, os Estados Unidos, o Panamá e o Peru, voltou ao Uruguai e veio para o Brasil, vivendo em Florianópolis e Porto Alegre, Amazônia e São Paulo e agora Pouso Alegre.

Em Florianópolis, conheceu o artista de mosaico Sergio Muinho, também uruguaio. “Foi o primeiro contato com o mosaico”, diz. “Eu frequentava o ateliê e ia absorvendo em silêncio a magia, as cores, as técnicas de transformar formas concretas com pedacinhos. Nessa época, passei a me interessar por Gaudí”. Segundo ele, ganhou um livro sobre Gaudí de outro artista de Florianópolis Mano Alvim. “Com ele, fiz dois trabalhos. O tampo de uma mesa em mosaico com um símbolo sagrado, que está em Florianópolis, na Lagoa da Conceição, e três esculturas representando homens ancestrais curandeiros, que estão num sítio em Florianópolis, ambos para a Aliança do Fogo Sagrado (movimento que reúne medicina indígena e espiritualidade).

Viveu também na Amazônia, onde realizou na piscina da residência de um norte-americano a obra Yemanjá, de dois metros de diâmetro, um trabalho considerado naïf. “Na Amazônia, com a diversidade da vegetação, da cor do céu, das flores, dos cheiros, das florestas, vi que os pedacinhos se completam. O próprio brilho no igarapé, as ondulações mostram a imagem que se assemelha ao mosaico. Fiz também lá, na porta da minha casa, uma circunferência com bandeirinhas e estrelas escrito Viva São João.”

Na época, trabalhava como construtor e revestidor de pisos e paredes. O mosaico de Sergio tem acabamento com rejunte que vem da experiência de construtor. “Comecei a perceber que o uso de revestimento nas casas restrito à cozinha e ao banheiro poderia se transformar em arte pelo mosaico. Aí o mosaico pode se espalhar pela casa toda, na entrada, nos pisos, nas paredes, nas escadas, nos objetos, nos vasos. Vi que o mosaico estava em qualquer plano de construção, todo o ambiente pode receber um mosaico. Qualquer textura pode receber um brilho, um sentimento.”

O artista veio morar em São Paulo e daí mudou-se para Pouso Alegre, passando a se dedicar inteiramente ao mosaico. “Comecei a fazer terapia e resolvi presentear meu terapeuta com um quadro de mosaico de yin yang. Aí veio a inspiração. Comecei a colocar mosaico nas paredes, na lavanderia, na cozinha e passei a produzir bastante quadros e objetos de mosaico”. “Sempre quis ser artesão e o que surgiu foi o mosaico. Olho para os materiais e penso em construir algo. Construir com pedacinhos, formas, triângulos diversidades, completando espaços com essa arte, embelezar.”

Os trabalhos e obras de Sergio Gaspar Gea Crespo podem ser conhecidos no Instagram @gea_sergio

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