Estudos buscam comprovar que leite materno fornece proteção contra Covid-19 para bebês
Evidências científicas relatadas no mundo todo já mostraram que o leite materno não atua como veículo de transmissão do novo coronavírus ao bebê, quando há contaminação da mãe. Novas pesquisas buscam ainda comprovar a possibilidade de que este alimento natural forneça proteção contra a Covid-19 e benefícios ao tratamento quando há o acometimento da criança.
Uma das pesquisas publicadas na revista iScience e amplamente divulgada pela IBFAN (Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar) aponta que o leite de mães lactantes pode conter anticorpos potentes para combater as infecções por SARS-CoV-2.
De acordo com a consultora em amamentação Virginia Ferreira, os pesquisadores querem comprovar se os anticorpos presentes no leite materno – já identificados como potenciais “vacinas” para outras doenças – podem ser úteis para mais do que proteger os bebês, como também servir como um agente terapêutico para Covid-19.
“Até o momento, os estudos não detectaram infecções por coronavírus ou similares no leite materno. Também já temos documentado o poder da amamentação como proteção natural para a criança e para a mãe, justamente por ser produzido de forma personalizada com tudo o que a criança precisa no momento”, explica.
A consultora explica ainda que o fortalecimento da imunidade do bebê – mesmo com relação às outras doenças – é feito durante todo o período de aleitamento materno, mesmo para crianças maiores.
“A Organização Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundial de Saúde recomendam o aleitamento materno até os dois anos ou mais, sendo exclusivo até os primeiros seis meses de vida. Contudo, essa é apenas uma recomendação e não existe um limite de idade. A escolha é da mãe e do bebê e não devemos interferir nessa relação natural”, explica.
Mais informação na pandemia
De acordo com Virginia, a pandemia da Covid-19 refletiu no aumento da procura por informações sobre amamentação. Para a especialista, esse cenário tem ligação com a diminuição significativa das redes de apoio.
“A rede de apoio para a mulher, geralmente, é formada por sua mãe, sogra, tias e avós, entre outros parentes, que já passaram por essa fase. Diante de uma pandemia que acomete com maior intensidade pessoas mais velhas, essas mulheres acabam sendo do grupo de risco e precisam manter o distanciamento social”, diz.
Para auxiliar mães e familiares com mais informações sobre aleitamento, Virginia criou um podcast gratuito durante a pandemia, que já reúne 38 episódios inéditos com histórias reais inspiradoras. O programa pode ser acessado no Spotify pelo link: https://bityli.com/OH6A9.
Quem é Virginia Ferreira?
Natural de Patrocínio (MG), Virginia Ferreira é graduada em Fisioterapia pelo Centro Universitário do Cerrado Patrocínio (UNICERP), e começou a trabalhar com gestantes e aleitamento materno há mais de 20 anos.
Em sua trajetória, foi professora da UNIVAÇO e da UNEC, onde idealizou e coordenou o Núcleo de Apoio Humanizado a Gestantes e Nutrizes (NAHGEN), um projeto social que atendeu gratuitamente centenas de gestantes, e foi premiado pelo Top Educacional Mário Palmério, em Brasília. Foi docente também da pós-graduação em Fisioterapia na Saúde da Mulher da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.
Em 2007, formou-se como conselheira e multiplicadora do Aconselhamento em Aleitamento Materno pelo Instituto Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz, para se dedicar inteiramente ao cuidado e formação de gestantes, mães, e também de profissionais, como consultoras e laserterapeutas, mais informadas e empoderadas.
Atualmente, é gestora e administradora do Virginia Ferreira Saúde – onde atua na assistência em amamentação e formação profissional de consultores e laserterapeutas –; professora das pós-graduações em Fisioterapia na Saúde da Mulher e na Saúde Pélvica do IPL – Instituto Patrícia Lordêlo e em Fisioterapia em Obstetrícia da Aprimore; e multiplicadora e avaliadora da Iniciativa Unidade Básica de Saúde Amiga da Amamentação (IUBAAM).