Escritora alfenense é destaque na Bienal do Livro em São Paulo
Sara Fidélis fala sobre romances e liberdade sexual feminina e vai colecionando fãs com suas obras
Sara, autora de 17 romances com mais de 100 milhões de leituras on-line, aborda em seu talk o tema ‘Romances Eróticos e a Liberdade Sexual Feminina’. “Quando comecei a escrever, eu queria contar boas histórias. Não pensava muito no todo, em como aquilo iria impactar as mulheres. Eu escrevia sobre sexualidade feminina porque as mulheres gostavam de ler sobre isso. E aos poucos fui entendendo mais sobre o tema e percebendo que ainda existiam muitos tabus, muitas regras, muitas coisas que aprisionavam, de certa forma, as mulheres, e que essa literatura erótica trazia um pouco desta libertação”, explica a autora.
Por muito tempo, qualquer tipo de obra que descrevia a relação romântica era criada por homens, mesmo quando direcionado ao público feminino. Seja pela banalização das mulheres em geral ou pela suposição de que a preferência feminina era a mesma que a masculina, quando se trata de relacionamentos ou sexualidade. Por isso, por exemplo, a aparição de Jane Austen no mundo literário foi tão impactante para sua época, trazendo um olhar puramente feminino do amor, assim como heroínas fortes e opinativas que expunham essa parcialidade na sociedade.
Além da exclusão das mulheres em muitos aspectos sociais, como o voto, educação e liberdade de trabalhar, o prazer feminino nem chegava a ser considerado, ensinado ou discutido, e na maioria das vezes foi visto até como inexistente.
Assim como nos últimos anos a emancipação da mulher vem acontecendo em muitas frentes e a igualdade de gênero está sendo cada vez mais discutida, o prazer feminino também passa a entrar em pauta. E uma frente que se destaca por incitar este debate é a literatura, principalmente por conta de um gênero popularmente conhecido como ‘romance hot’, do inglês, picante.
Estas obras trazem, claro, personagens e contextos fantasiosos, com paixões avassaladoras e amores à primeira vista, mas que ao mesmo tempo dão espaço para uma protagonista feminina forte e que se vê na posição de explorar seu papel como mulher empoderada, como é o caso dos livros de Sara.
“Vemos já há algum tempo o crescimento exponencial de literatura adulta escrita por autoras mulheres, com a inserção de personagens femininas em um papel forte de protagonismo. Esse movimento é importante em uma perspectiva ampla, acompanhando a mudança social que queremos ver, ou seja, de liberdade feminina buscando um patamar de igualdade. A literatura é um instrumento de mudança e também um espelho dela. Não à toa, Sara é um fenômeno de leitura”, pontua Thereza Castro, supervisora editorial do Skeelo.