União Brasil, partido de Rafael Simões, estuda apoio ao governo Lula

O União Brasil, partido do ex-prefeito de Pouso Alegre e deputado federal eleito Rafael Simões, estuda integrar a base aliada do presidente eleito Lula (PT).

O movimento representaria a primeira saia justa para o político que apoiou Bolsonaro no segundo turno das eleições e tem entre os simpatizantes do atual presidente parte importante de seu eleitorado. Até o momento, Simões não comenta a possibilidade.

Luciano Bivar, o presidente da legenda, já sinalizou que é remota a possibilidade do partido, que fez a terceira maior bancada da Câmara Federal (59), ser oposição à Lula.

Bivar está em viagem, mas já abriu diálogo com o futuro governo e deve se sentar presencialmente à mesa de negociações na próxima semana.

Apoio formal é incerto

O R24 apurou que ainda é incerta a adesão do União Brasil ao governo Lula. Embora a direção nacional aponte para uma aproximação, alguma resistência virá da bancada, que expressa a fusão de dois dos partidos mais conservadores do país, o DEM e o PSL – este último deu legenda a Bolsonaro nas eleições de 2018.

À CNN, integrantes da bancada deram versões opostas sobre a possibilidade de apoio. O deputado federal Junior Bozzella (União Brasil-SP), quadro próximo a Bivar, sinalizou para a possibilidade de diálogo e uma adesão provável. “A tendência é que tenha convergência. Tudo isso será conversado. Cada deputado federal tem a sua particularidade, mas o partido pode compor a base”, apontou.

No caminho da adesão, porém, parafraseando o craque Garrincha, falta ‘combinar com os russos’, como deixa clara uma ponderação feita por outro quadro da legenda que não quis ser identificado pela reportagem: “Qualquer afirmação nesse sentido [ser base governista] ou no sentido oposto é precipitada antes de a bancada conversar”.

A maior dificuldade para os deputados é eleitoral. Muitos deles foram eleitos com o apoio da base bolsonarista. Um movimento repentino para a ala lulista seria fatalmente condenada pelo eleitorado conservador.

Muitos deputados estão presos à base, acredito que não só o União, mas outros partidos de centro vão ter que passar por um debate intenso, já que muitos também declararam apoio a Jair Bolsonaro para atrair os eleitores. Não adianta prometer ser da base e na hora das votações não entregar votos suficientes”, declarou outro parlamentar que não quis se identificar à CNN.

Fonte: Rede Moinho

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