PF faz operação contra quadrilha que assaltou agência da Caixa, atacou batalhão da PM e aterrorizou moradores em MG
Bando armado chamado de ‘novo cangaço’ aterrorizou Itajubá (MG) no dia 22 de junho de 2022. Quatro PMs e um morador ficaram feridos.
A Polícia Federal faz na manhã desta quinta-feira (22) uma operação contra a quadrilha que atacou a agência da Caixa Econômica e o batalhão da Polícia Militar em Itajubá (MG). Pelo menos 20 indivíduos armados com fuzis e artefatos roubaram cerca de R$ 2 milhões da agência da Caixa. O ataque aconteceu em 22 de junho de 2022 e deixou quatro PMs e um morador feridos (relembre abaixo).
Segundo informações da Polícia Federal, a maioria dos envolvidos no assalto já foram identificados e presos e em operações distintas realizadas pela Polícia Civil, Polícia Militar e Ministério Público ao longo do ano.
Segundo a PF, estão sendo cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em Caldas (MG), Santa Rita de Caldas (MG), Embu das Artes (SP), São Paulo (SP) e Porto Seguro (BA).
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Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Federal Cível e Criminal de Pouso Alegre (MG) e é resultado da investigação criminal realizada pelo Grupo Especial de Investigações Sensíveis da Polícia Federal em Minas Gerais, com o apoio da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio da Superintendência de MG e do Ministério Público Federal de Minas Gerais, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – Gaeco.
O objetivo é apreender objetos que robusteçam as provas já colhidas contra os suspeitos, como também esclarecer a atuação criminal do grupo. Além disso, a PF quer descobrir a participação de outras pessoas e a ocorrência de outras práticas criminosas.
Segundo a PF, os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa armada, roubo majorado, cessão ilegal de arma de fogo de uso restrito e adulteração de sinal identificador de veículo automotor, cujas penas máximas somadas podem resultar em 47 anos de prisão e multa.
O ataque
Quatro PMs e um morador ficaram feridos durante ação de criminosos armados na noite no dia 22 de junho de 2022 em Itajubá, no Sul de Minas. Os assaltantes atacaram uma agência da Caixa Econômica Federal no Centro da cidade e trocaram tiros com a polícia.
As policias Militar e Civil de Minas Gerais atuavam em conjunto na busca pelos suspeitos de envolvimento na tentativa de roubo. A PM informou que, após a ação em Itajubá, os criminosos se dividiram em dois comboios, um em sentido a Pouso Alegre e outro em direção a São Lourenço, por Maria da Fé.
Em entrevista à EPTV, a porta-voz da PM, major Layla Brunnela, disse que dois policiais foram baleados durante a ação dos assaltantes – um no ombro e outro no braço. Ela também afirmou que a corporação apura denúncia que um dos suspeitos foi baleado e estaria escondido na zona rural da cidade.
Sete veículos utilizados no assalto foram apreendidos pela PM. Três deles foram encontrados em Cachoeira de Minas, segundo a major. Um carro foi abandonado em uma estrada de terra em Extrema. Outro veículo também foi localizado em Itajubá.
Um outro carro foi encontrado com manchas de sangue abandonado bairro do Banhado, em Brazópolis. Dentro dele havia material explosivo, celulares, carregadores, combustível e sinais de várias perfurações de balas. Neste lugar teria acontecido um tiroteio entre policiais e criminosos e a prisão de um suspeito.
Na BR-459, também foram apreendidos diversos miguelitos, um tipo de prego que foram jogados na rodovia para tentar evitar que carros e viaturas da polícia passassem pelo local.
A Prefeitura de Itajubá e a PM informaram que um morador que passava pelo local no momento do ataque foi baleado na perna esquerda e precisou ser socorrido para um hospital da cidade. O ferido, o estudante Breno Augusto Camargo dos Santos, acabou morrendo no dia 3 de julho em Paraibuna, no interior de São Paulo. Segundo a família, ele sofreu um infarto.
Tiroteio durante a noite
Nas redes sociais, moradores publicaram vídeos que mostravam homens armados e barulhos de intenso tiroteio pela cidade. Em outros vídeos, aparecem o que seriam reféns.
Antes do ataque à agência bancária, os criminosos assaltaram uma motorista de aplicativo e levaram o carro dela para área próxima a um quartel da PM na cidade, segundo informações da Guarda Municipal de Itajubá. Em seguida, o grupo se dividiu: parte atacou e fuzilou o quartel com tiros de fuzil e incendiou carros para dificultar a ação dos policiais, enquanto os demais invadiam o banco.
Assaltantes atacam agência bancária em Itajubá (MG) — Foto: Arte/g1
De acordo com o tenente-coronel Flávio Santiago, da assessoria de imprensa da PM de Minas Gerais, depois que os criminosos fugiram de Itajubá foi registrado um tiroteio na região de Brazópolis e Paraisópolis; um suspeito foi preso no local.
Armamento apreendido e outro suspeito preso
A Polícia Civil prendeu no dia 25 de junho em São Paulo outro suspeito de envolvimento no ataque. Na casa em que o homem foi preso, no bairro AE Carvalho, na Zona Leste da cidade, também foi encontrado armamento pesado que, segundo a polícia, foi usado durante a tentativa de assalto.
A lista de armamentos é extensa: três fuzis, uma espingarda, uma pistola, um seletor de rajadas (dispositivo que dá precisão aos tiros), muita munição, coletes à prova de bala e capacetes, além de dois explosivos que foram detonados no fundo da delegacia por policiais de um grupo de elite da corporação.
Denúncia do MPF e novidades na investigação
O Ministério Público Federal (MPF) em Pouso Alegre (MG) denunciou um dos envolvidos no assalto à agência da Caixa Econômica Federal (CEF). A denúncia trouxe novos detalhes sobre a ação criminosa que aterrorizou moradores na noite do dia 22 de junho em Itajubá (MG).
O denunciado, um paulistano de 32 anos, foi o único suspeito preso na madrugada seguinte ao crime. Conforme o MP, ele teve participação direta no planejamento e execução do ataque. A Justiça chegou a conceder liberdade provisão para o suspeito um dia após o crime, o que foi revertido após recurso apresentado pelo MPF.
Na denúncia, o MPF confirma que por meio de explosivos, os criminosos conseguiram acesso aos cofres do banco, de onde subtraíram dinheiro e joias. O suspeito também contou os detalhes de como foi o dia do ataque.
Fonte: G1 Sul e Minas