Pouso Alegre: Semana tem novo recorde de casos e óbitos por Covid-19 e prefeito faz alerta sobre colapso na saúde

Pouso Alegre registrou mais seis óbitos atribuídos à Covid-19 e chegou a um novo recorde de internações pela doença, com 194 pacientes em leitos clínicos e de UTI. Dessas internações 145 são da cidade e 49 de outros municípios.
Quando analisados os dados do boletim da sexta-feira,19 até o sábado, 27 (último divulgado pela administração), foram 1425 novos casos e 26 mortes em uma semana.
A ocupação hospitalar chegou ao seu maior nível, todas as alas operam acima de 100%. Nos leitos clínicos, há 122 pacientes para 92 vagas disponíveis, uma ocupação relativa de 132%. Nas UTIs, a relação é de 72 pacientes para 57 vagas, com ocupação relativa de 126%.
De acordo com o município, os pacientes excedentes são encaminhados para alas não reservadas previamente para a Covid-19, o que impacta no atendimento de outras enfermidades.
Neste domingo, os diretores de três hospitais Samuel Libânio (HCSL), Santa Paula e Renascentista, que atendem pacientes com Covid-19 na cidade, gravaram um vídeo, ao lado do prefeito Rafael Simões (DEM) e da secretária de Saúde Silvia Regina, alertando que a capacidade de atendimentos dessas unidades de saúde atingiu seu limite.

“A situação está muito grave. Estamos no limite. Nossas equipes não estão mais aguentando”, afirmou o prefeito.
Os diretores do hospital Renascentista reforçaram o pedido para que a população se cuide e alertaram sobre o limite de atendimentos e internações de pacientes com Covid-19. Eles também relataram sobre o cansaço físico e mental vivido pelos profissionais da saúde.
“A equipe precisa de ajuda e apoio para superar esta fase difícil. O momento é de tentar diminuir a quantidade de pessoas que estão buscando os hospitais de Pouso Alegre. Se o hospital estiver saturado e continuar chegando pacientes, certamente ele entrará em colapso”, afirmou o diretor
Segundo o diretor do hospital Santa Paula, está faltando medicamentos e insumos básicos nos hospitais.
“Nós demos as mãos em função desta situação e precisamos que a população saiba que este envolvimento está ligado a esta situação crítica e contamos com a ajuda da população. Já estamos contando com falta de medicamentos e insumos básicos dentro dos hospitais. Saibam que ninguém está medindo esforços pra que isto seja solucionado”, esclareceu Adilson Fraga.
Alexandre Hueb, diretor técnico do Hospital Samuel Libânio também participou da reunião. Para ele, o ideal seria que as pessoas tivessem consciência do momento em que vivemos e que não fosse mais preciso pedir para que a população se proteja.
“As pessoas não estão entendendo o que está acontecendo. Nós nunca tivemos uma quantidade tão grande de pessoas contaminadas como agora. Vir a publico pra pedir o uso de álcool gel e isolamento social é um absurdo, porque estamos falando isto há um ano”, afirmou.
O diretor também falou sobre o uso de medicamentos sem comprovação científica para o tratamento precoce. Na terça-feira (23), a Associação Médica Brasileira (AMB) divulgou um boletim na qual condena, entre outros pontos, o uso de remédios sem eficácia contra a Covid-19.

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